Estudo elaborado pela Serasa Experian avaliou o desempenho do segmento de supermercado, com base em 5.100 balanços de 1.200 empresas do segmento, no período de 2006 a 2011. Em função de características distintas, os dados foram segmentados em “pequeno e médio” e “grande” porte e comparados com o setor do comércio em geral. Para a análise de 2011, foram considerados os balanços registrados na base de dados da Serasa Experian entre janeiro e abril de 2012.
Em 2011 houve estabilização das vendas dos supermercados, comparadas a 2010 e anos anteriores, influenciada pela redução da capacidade de consumo da população com menor renda, devido à alta dos preços conjugada com maior endividamento decorrente da maior utilização do crédito.
“Os avanços das receitas, em 2009 e 2010, refletem o desempenho positivo da renda e do emprego da população e, para os grandes grupos, houve ainda a inauguração de pontos de venda, com destaque para unidades especializadas no consumo popular. Os supermercados não foram afetados significativamente pela crise financeira mundial, por sustentar-se na demanda doméstica”, aponta Márcio Torres, gerente de análise de crédito da Serasa Experian.
No acumulado dos últimos cinco anos, os supermercados apresentaram evolução de 49,4% (médios e pequenos portes) e 41,1% (grande porte), enquanto que o comércio em geral cresceu 40,8% no mesmo período.
A rentabilidade dos grandes supermercados, em 2011, manteve-se estável, dentro dos patamares históricos do segmento. A sutil elevação nos últimos períodos deve-se, em parte, a incorporação de produtos importados que, diante do longo período de valorização do real sobre o dólar, ficaram mais baratos que aqueles oferecidos no mercado interno.
A demanda aquecida da população, tanto em 2009 quanto em 2010, possibilitou, ao setor supermercadista, aplicar reajustes acima dos praticados pelos fornecedores e aumentar ligeiramente a rentabilidade.
“No último período, os supermercados mostraram-se menos endividados do que o comércio em geral. Entretanto, o perfil do endividamento mostra que, em 2011, os financiamentos bancários se elevaram para 75% do capital próprio dos grandes supermercados e 50%, dos de médios e pequenos portes”, afirma Márcio Torres.
“O setor supermercadista é favorecido por trabalhar com bens de consumo cotidiano e estar próximo do consumidor final. Fatores como reajuste do salário mínimo, manutenção do baixo desemprego e expansão da renda nacional contribuem para que continue apresentando um bom desempenho. A estimativa de controle inflacionário possibilitará que a população com menor poder aquisitivo aumente o consumo nos supermercados”, finaliza.
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